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Um trem para as estrelas.

Posted by Patrícia de Matos on 19:59
São 7 horas da manhã
Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

(Cazuza/Gilberto Gil)


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Prepotência Intelectual.

Posted by Patrícia de Matos on 18:38



















Existe aquele que é arrogante. Que estufa o peito
pra dizer do que sabe e se considera acima de qualquer
outro por conta disso. Mal sabe o pobre desprorvido
de sabedoria que a maior tolice de alguém que almeja
ser sábio é pensar que sabe de tudo. Porque assim ele
se acomoda, na ilusão de achar que todas as questões já foram respondidas.
Fecha as portas do conhecimento como o ignorante, se
comportando como tal e igualando-se ao mesmo. Mas existe
uma significativa diferença entre esses dois patamares,
visto que o ignorante nato é assim por falta de opção,
e o pseudo intelectual pelo fato de não saber aproveita-la.
Mal sabe o tolo que irá pairar no ar e no tempo,
passando a vida toda tentando se auto-firmar sobre
algo inexistente.
Esse que pensa saber, mais na verdade não enxerga
nada além do que sua prepotência seja provida, é incapaz
de exercer a atividade mais bonita e gratificante: ensinar.
Sua arrogància é tamanha que mesmo se o pseudo filósofo se
dispõe, não a fará. Porque o pensador de verdade
é humilde no sentido de saber que é passível como qualquer um,
e instiga seu aluno a aprender pelas suas próprias questões,
olhando nos olhos de seu aprendiz.

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Maravilhosidades na Capital panetoniense.

Posted by Patrícia de Matos on 22:17
Quinta feira, por volta de seis e meia da tarde, 12 de Janeiro de 2010 estava eu, voltando para casa, depois de um dia comum, passando pela passarela que daria acesso ao conjunto nacional. Exatamente até às 18:30, aquele dia teria sido realmente normal, quando de longe vejo pessoas com uma conhecida bandeira vermelha, viradas para pista, gritando coisas que até então não davam para serem entendidas. Carros e carros, justo no horário de pico, aglomeravam-se em algumas pistas abaixo dalí, para juntos cantarem mais uma vez a canção do caos.
Geralmente quando passo por aquele lugar as pessoas paressem muito oucupas, falando nos seus celulares ou andando como se suas mentes tivessem sido transportadas para onde suas obrigações mandam. Fico imaginando, às vezes, o que todas aquelas pessoas estariam pensando. Concerteza se a noética estiver certa, muitas delas poderiam mover o universo a favor de suas tarefas tão sérias e "irrelevantes".
Algumas pessoas andam suando. Longe daquela realidade vejo também aqueles que passam nos seus asfaltos com seus ar condicionados e carros acima do padrão. Em antagonização, um contigente de "escravos da Capital " carregam nas costas uma pequena minoria que certamente nem ao menos agradecerão pelos seus trabalhos. Pessoas que terão que fazer greve para algum reconhecimento, que terão que manifestar, que terão que suportar, e ainda depois verão suas silhuetas na televisão, preferencialmente em algum jornal da merda da globo: " Manifestantes fazem baderna em algum lugar. " Pessoas que terão seus filhos viciados e vítimas da injustiça social, pessoas que terão seus filhos assassinados pelos filhos da impunidade e da exclusão, pessoas que muitas vezes sequer vivem, apenas sobrevivem, ironicamente, pessoas comuns.
Enquanto isso, o Governador Sr. Panetone embolsa algum dinheiro nas meias. Para completar a conduta clichê que faz muitas pessoas serem discrentes do país em que vivem, aparentemente este seria um ato de corrupção da mesmice, já que a injustiça, digo, "Justiça Brasileira", costuma falhar. Mas não, não foi isso que aconteceu. Algo quase inusitado no cenário nacional: " O Sr. Governador Arruda está preso. " E na mesma Capital da ignorância vi pessoas comemorarem o raro ato de justiça em um país injusto. Os carros, aqueles que se aglomeram todos os fins dos dias para cantar juntos, dessa vez cantaram a canção da comemoração, talvez na esperança de ainda não verem seus filhos serem mortos, viciados, marginalizados. Talvez na esperança de que esses mesmos filhos possão ver uma Capital mais igualitária do ponto de vista social.





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Diário.

Posted by Patrícia de Matos on 19:28
Hoje postarei algo incomum. Uma parte tirada do meu diário pessoal. Escrevi e achei
que seria bom escrever um pouco do que estava no meu diário aqui no blog, acho que vai ser útil para algumas pessoas, além de mim.

Brasília, 05 de Janeiro de 20010.

2:00 DA MANHÃ.

Hoje a Hellen também me disse algo revigorante: " Vire
heroina do seu mundo senão as ruas continuarão em chamas."
Talvez tenhamos que passar a ser regente maior das nossas condutas e parar de nos preucupar tanto
com opiniões alheias. Não quer dizer que devemos desconsiderar
o meio social, porque de certa forma vivemos em um
mundo aonde a lei é respeitar os padrões de comportamento.
Mas se a gente parar de olhar pra dentro de nós mesmos
e passar a viver a expectativa dos que nos cerca,
é certo que passaremos a viver apenas o ideal de outro
alguém, esquecendo que fomos sorteados com uma vida
própria e com a responsabilidade de trilhar nossos próprios
caminhos.


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